Menina Brasil
Quem foi que submergiu teus cabelos na grama
Como água e óleo? Sobre o orvalho
Que salgado umedeceu teus lábios, quanto,
Quem derramou? E quem ousou rouba-lhe
O frescor do suspiro e do sono
Em um beijo santo, tomar-lhe a inocência?
Quanto tempo foi necessário para abrir-te os olhos,
Na câmera lenta que é tua vida, filha de Vênus,
Como o sol que flutua e renasce a cada alvorada?
Foram segundos,
Para que o braseiro se espaçasse pelas maçãs
Esparsas do teu rosto?
E para que, aflita, se escondesse atrás da moita?
Refúgio tardio dos açoitados, vertigem de enrubescimento
O espiar que denuncia divertimento...
O que foi preciso? Qual a condição?
O medo irracional de coisa inexistente?
Ter perante a si o amante mais querido?
Ter, adormecida, um beijo recebido?
Não, não devo sucumbir ao clichê patético.
Tampouco o plágio seria de alguma serventia.
Não hei de fingir, ao menos, ao fim dessa mentira.
Àquele que na grama seus cachos afogou
Como água e sangue, devasso fruto!
Fica apenas um choro calado. E o “Por que”?
E a ti, imóvel, enigmática
Cedo meus lábios e ao teu lado deito
E espero...
Espero que seus olhos se entreabram por entre os cílios
Enquanto o sol se entreabre por entre o dia,
E que de cor de brasa espacem tuas bochechas...
...E que detrás da moita, em brasa, sorria.
Lucas de F.R.Altmicks
that's me with proper education... love ya... you are family!!!!
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