30 de outubro de 2011

A estrela do amanhecer



A estrela do amanhecer

Xingamentos, frustração, intolerância.
O carro quebrou no meio da estrada
Compromissos perdidos, demasiada importância...
Incerta, a noite é criança.

- Há uma estrela que nunca se apaga!
Das minhas lembranças. A estrela mais alta
E mais fraca. – Ela me disse e
Sorri sem graça.

Se é a matéria efêmera
E os sentimentos mutáveis
O que é importante?
Na terra, que me importa o instante
Se em aqui só há minha casca
E se de espírito ando distante?

Bati meu carro.
A noite é densa, a escuridão tão perigosa
Furtos, pouco vos temo, pois tenho em mim
Uma lembrança mais assombrosa.

Minha boca azeda ainda conserva
O doce defunto das noites nossas.

A noite que tanto amo
E que de tanto tenho medos...
A noite que me lembra um amor
É a noite que me traz pesadelos –
Mas não apresse, quero vê-los!
Meus pesadelos, seus detalhes
Ver se acho, de algum meio
A estrela que brilha fraca, a estrela mais alta!
Se tempero suas metades.

Minha vida – temperança
Hora suicida
Hora lembrança
Da menina que me apontou estrela
Que brilha fraca, e no céu dança
Mas não se apaga, não se apaga
Brilha fraca, mas é estrela
E como é bela...

Surge o sol. E surge o tempo
Gritando seus limites.
Digo a mim mesmo, uma ultima vez
Que se eu ela morrer sentisse...

Mas surge o sol, e dela me lembro
Dizendo
A coisa mais linda que jamais disse.
- A minha casca não cabe lá.
E disse a verdade. Preferia que mentisse!

2 comentários:

Muito obrigado por comentar! Você não tem ideia do quanto está contribuindo para o nosso trabalho e do quanto estamos gratos! Mas por favor, comentários construtivos!