3 de fevereiro de 2012

Filha


Filha

Passos leves ecoam pela sala
E posso ouvi-los pulando os degraus da escada...
Nesta minha casa onde nada há;

De onde vêm os passos? Não os vejo
Sempre saltam de um passado para o outro
Nesta minha vida onde nada há;

De onde veio tua alma, criança
Que brinca neste lar onde não há paz,
Neste meu lar onde nada há?

Por que teu corpo, sei que veio do meu.
E também fui eu quem te ensinou a andar
Por esta estrada onde nada há;

De onde viemos, para onde ir?
Falamos tanto da morte... E tenho tanto medo
Desta minha morte onde nada há;

Mas é o seu nascimento que me faz temer,
É esta nova alma que hoje regressa,
É esta nova existência onde nada há;

Tenho medo, pois não sei de onde vieste,
Não sei de que é feita, e o que fará
Com esta minha tristeza onde nada há;

E hoje tu andas alegre... Os pezinhos tateando o assoalho
Diga meu bem, e agora, o que fará
Deste meu espírito onde nada há?

Um comentário:

  1. DIVINO! Ficou muito harmonico... de verdade!
    As idéias foram passadas com perfeição, e usar uma metrica de terceto deu um tom leve a poesia, que a deixa vaga, até a sua repetição "onde nada há"

    O nada é tambem o tudo, pois por si só já eh algo... Então onde nada há? Onde há alguma coisa?

    Amei a idéia... a metafora empregada, nao essa que citei... mas sim uma ideia extra. A ideia do texto em si.

    O poema ficou muito bem escrito e a harmonia dos versos delineou o seu desenho dentre ele todo. Algo que venho lhe pedindo a um certo tempo que faças. ^^ meus parabéns.

    o/

    e go to fazer mais ein!!! xD kkkkkk

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